Porque os astrônomos estão revoltados com a Estrela da Humanidade?

O lançamento surpresa da Estrela da Humanidade, um objeto produzido artificialmente e enviado para o espaço, causou revolta entre a comunidade astrônoma, e com razão. A grande esfera espelhada, que parece um globo de danceteria, é considerada pelos cientistas um “vandalismo” e “pichação astronômica” com os céus.

Batizada pela empresa de “Estrela da Humanidade”, o objeto pode ser visto a olho nu de qualquer lugar do planeta, e ficará em órbita por nove meses, completando uma volta ao redor da Terra a cada 90 minutos.

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Enquanto estiver no céu, a Estrela da Humanidade será o objeto mais brilhante do céu, segundo informações do jornal britânico “The Guardian”.

A partir de uma remota fazenda no interior da Nova Zelândia, a empresa de exploração espacial local Rocket Lab lançou seu primeiro foguete ao espaço. Mas, além de colocar em órbita alguns satélites convencionais, o lançamento espacial inédito no país também serviu para enviar secretamente uma “Estrela da Humanidade”.

A estrela tem cerca de 1 metro de diâmetro e é feita de fibra de carbono, compondo 65 painéis altamente reflexivos. Segundo a empresa, a superfície brilhante reflete os raios do Sol de volta para a Terra, criando uma forte fonte de luz brilhante que tem a aparência de uma estrela muito brilhosa.

A cerca de 500 quilômetros de altitude, a esfera viaja no espaço em uma velocidade 27 vezes mais rápida que a do som, girando rapidamente. Depois de nove meses, sua órbita deverá começar a decair e ela entrará de volta na atmosfera, sendo completamente desintegrada. De acordo com o fundador e presidente da empresa, Peter Beck, o feito é um passo “quase sem precedentes” na exploração comercial privada.

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Estrela da Humanidade oferece risco às pesquisas científicas

Os astrônomos desaprovaram o lançamento da Estrela da Humanidade. Caleb Scharf, diretor de Astrobiologia da Universidade Columbia (EUA), comentou o caso na revista “Scientific American”:

“A maior parte de nós não acharia bonitinho se eu pregasse uma grande luz estroboscópica em um urso polar, ou se eu exaltasse o slogan da minha empresa em toda a perigosa parte superior do Everest. Colocar uma esfera brilhante no céu parece igualmente abusivo”.

De acordo com o que falou ao “The Guardian”, o pesquisador Richard Easther, da Universidade de Auckland (Nova Zelândia), a Estrela da Humanidade ajuda a agravar o problema da poluição luminosa, o que já é uma grave preocupação para os cientistas que trabalham com a observação do céu.

Via Estadão

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