Celulares roubados são enviados para a África? Entenda a situação

Muitos usuários já tiveram a infeliz experiência de terem seus celulares roubados ou furtados. No entanto, poucos realmente compreendem o que acontece com o aparelho após o crime.

Dando uma visão sobre esta situação, temos a análise de Guaracy Mingardi, especialista em criminalística e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mingardi indica que o processo é similar ao que ocorre com veículos roubados.

Segundo explicação do próprio analista, alguns celulares são desmontados para que suas peças possam ser utilizadas no reparo de outros aparelhos, muito similar ao que acontece em desmanches de carros. Entretanto, um fato curioso é que nem todos os dispositivos permanecem no país após o furto. Existe um movimento que encaminha esses aparelhos roubados para o continente africano.

Por que celulares roubados são enviados para a África?

Vários celulares usados lado a lado. Celular usado
Imagem: Dragan Mujan / shutterstock.com

Muitos questionam sobre o porquê destes aparelhos serem levados para o continente africano. A resposta para isto reside na eficácia do sistema de bloqueio de operadoras brasileiras.

No Brasil, foi desenvolvido um sistema de registro para celulares roubados ou furtados, onde as operadoras incluem estes dispositivos em suas redes de bloqueio, conforme relata Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco.

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Existe a mesma estrutura de bloqueio na África?

Entretanto, na África, a situação é bem diferente. O continente ainda não possui um sistema de registro e bloqueio de celulares roubados equivalente ao existente aqui, fazendo com que as operadoras africanas não consultem nossa base de dados, o que permite a ativação dos dispositivos brasileiros roubados por lá.

Com a tentativa de “zerar” o histórico do aparelho e restaurá-lo para os padrões de fábrica, os criminosos buscam eliminar qualquer vestígio que possa conectá-lo a um crime, e, em alguns casos, vão além, tentando até mesmo trocar o IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel).

Paralelizando com o roubo de automóveis, esta ação seria como trocar o chassi do carro, de modo a ocultar sua origem ilícita.

Imagem: Dragan Mujan / shutterstock.com

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