Multinacionais como Apple e Microsoft são acusadas de estarem ligadas ao uso do trabalho infantil

A cada lançamento, uma nova grande surpresa. Não é de hoje que as maiores fabricantes de smartphones vem aprimorando cada vez mais suas invenções, fazendo com que os consumidores invistam na tecnologia; afinal, os smartphones são nossos companheiros inseparáveis, correto?

Então, tente imaginar como você se sentiria, caso descobrisse que aquele aparelho de última geração que você carrega no bolso todos os dias, possui uma bateria que foi desenvolvida com materiais minerados por crianças de pelo menos sete anos… Imaginou? Isso pode estar acontecendo.

Em parceria com uma organização não governamental (ONG) da República Democrática do Congo (RDC), a Amnistia Internacional denunciou possíveis ligações entre multinacionais e seus respectivos fornecedores que possuem contratos com entidades que exploram o trabalho infantil.

É importante ressaltar, que pelo menos 50% do cobalto do mundo inteiro, é produzido na RDC. Recorde-se que, segundo a Unicef, no ano de 2014, aproximadamente 40 mil crianças foram encontradas trabalhando nas minas do sul do país.

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Em um relatório taxativo, foi documentado que o fornecedor em questão, uma subsidiária da Huayou Cobalt, está fazendo chegar cobalto minerado por crianças a várias empresas da China e da Coreia. Após, o material é utilizado para a fabricação de baterias de íon-lítio de smartphones e veículos elétricos.

“É hora das grandes marcas assumirem parte da responsabilidade da extração das matérias-primas com as quais fazem seus lucrativos produtos”, apontou Mark Dummett, investigador da AI sobre empresas e direitos humanos.

Apple, Samsung, Microsoft, Sony, Volkswagen e Daimler estariam entre as empresas que tem ligação com estes fornecedores; o número totaliza 16 multinacionais. De acordo com o The Verge, algumas companhias alegam não conhecer essas ligações. Já a Apple e a Microsoft, informaram que estão avaliando os parceiros que fornecem material para sua linha de produção.

Entretanto, a Amnistia Internacional informou que nenhuma empresa forneceu dados suficientes que provassem a origem do cobalto usado na produção de baterias.

Juntamente com a ONG Afrewatch, teriam sido colhidas provas em forma de fotos e vídeos, que expõe as condições de exploração de menores neste mercado. Algumas crianças alegam trabalhar 12 horas por dia e ganhar menos de um euro, em algumas situações.

“Passava 24 horas ali embaixo, nos túneis. Chegava de manhã e saía na manhã seguinte (…) Tinha que fazer minhas necessidades ali embaixo”, relatou uma criança órfã de 14 anos, que começou a trabalhar na mineração aos 12 anos de idade.

A organização comprovou ainda, que estas crianças trabalham em condições de alto perigo, onde não há proteção básica que serve para prevenir doenças de pulmão ou de pele.

Dummentt diz ainda que de nada adianta as gigantes da tecnologia alegarem política de tolerância zero ao trabalho infantil, se as mesmas não averiguarem seus fornecedores.

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