Sua TV Box pode ser alvo de ataque hacker; saiba como

Um recente relatório elaborado pelo grupo de cibersegurança Qianxin Xlabs, baseado em Pequim, alertou para um grave problema no Brasil: uma massiva infecção por malwares em TV Boxes.

O estudo descobriu que esses dispositivos estão formando uma envolvente rede, conhecida como botnet, que está sob comando de cibercriminosos para levar a cabo uma diversidade de ataques, incluindo DDoS e phishing.

Entendendo a ameaça

TV Box
Imagem: AntonSAN / shutterstock.com

O laboratório chinês constatou que a rede, controlada pelo grupo criminoso denominado “Bigpanzi”, está composta por aproximadamente 170 mil bots ativos, a grande maioria identificada no Brasil. Além disso, afirma que a rede de malwares está vinculada a cerca de 1,3 milhão de endereços de IP únicos.

Os cibercriminosos conseguem invadir os dispostivos, em geral TV Boxes Android, por meio de atualizações de firmware falsas e aplicativos backdoor, que funcionam como portas secretas para acessar o sistema. Eles vêm operando de maneira clandestina por mais de oito anos, obtendo lucros ilícitos a partir desses dispositivos infectados.

Riscos para os usuários de TV Boxes infectados

Os usuários de TV Boxes infectados correm vários riscos. Segundo Thiago Ayub, diretor de Tecnologia da Sage Networks, uma das possíveis consequências é a deterioração da qualidade da internet ou até mesmo a sua total interrupção, especialmente durante ocorrências de ataques DDoS.

Em casos extremos, esses dispositivos podem até mesmo permitir que os firewalls de residências e empresas sejam burlados, possibilitando que criminosos invadam a rede interna.

Situação recorrente

Segundo Ayub, essa vulnerabilidade dos TV Boxes não é algo inédito. Em 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), já alertava para esse problema, em especial no caso de TV Boxes piratas.

Tais dispositivos estariam concedendo a agentes maliciosos total controle sobre eles e todos os demais dispositivos conectados à mesma rede.

Conscientização e educação

O especialista insiste na importância de difundir essas informações para alertar os usuários sobre os riscos cibernéticos associados ao uso de dispositivos falsificados conectados à internet. Ele também acredita ser necessário trabalhos de rastreamento e investigação mais aprofundados para combater essa rede criminosa.

“O risco é real, está posto. O prejuízo nesse caso estudado não é só do detentor da propriedade intelectual violada. É também da empresa que fica fora do ar devido ao DDoS e da instabilidade da internet de quem tem um produto desses em casa”, finaliza Ayub.

Imagem: AntonSAN / shutterstock.com

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