Sequestro em Cleveland: análise do filme e do livro Libertada

Um dia desses assisti o filme ‘Sequestro em Cleveland’ ou sob o título original Cleveland Abduction. O drama é disponibilizado pela Netflix, e é baseado no livro ‘Finding Me’, escrito por uma das vítimas de sequestro e anos de cativeiro – Michelle Knight. Não me contive e tive que ler o livro também.

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Sequestro em Cleveland – trailer

Sequestro em Cleveland – a história

Michelle Knight teve uma infância muito difícil em Cleveland, cidade dos Estados Unidos, no estado do Ohio, e em meio à pobreza, com histórico de abusos sexuais por um familiar, chegando ao ponto de ter que fugir de casa e viver nas ruas, para escapar do inferno que era a sua casa.

Após isso, sem ter o que comer e onde viver, e apenas aos quinze anos, ela ainda se envolveu com um traficante que a tirou das ruas para trabalhar para ele. Embora seja uma atividade ilegal e de risco, foi o único período da sua vida que teve uma cama quentinha e comida todos os dias.

De volta a casa dos pais, Michelle Knight voltou às aulas e teve um filho – Joey, fruto de uma aventura de um colega de escola que a iludiu e tinha namorada. Ela foi então, mãe solteira, e criou seu filho nos primeiros anos de vida apenas com auxílio do governo, pois não concluiu os estudos e não conseguia emprego.

Os primeiros anos do seu filho Joey foram muito felizes e ela era uma mãe muito dedicada. Até que um dia, seu padrasto machucou seriamente seu filho (fraturou seu joelho). Isso desencadeou na perda da guarda do menino até Michelle provasse que a sua casa fosse um lugar seguro para ele, e com isso ele ficou em um lar provisório, na época com pouco mais de dois anos de idade.

Michelle então se afastou da sua casa, ficando na casa de uma familiar e tentava conseguir um emprego, ao mesmo tempo em que lutava pela guarda do seu filho. No dia 23 de agosto de 2002, Michelle tinha uma reunião com a assistente social e estava atrasada. Ela então aceitou a carona do pai de uma colega de escola, e ele era Ariel Castro, o seu sequestrador. Começou então, o seu martírio.

Ela havia sido raptada por Ariel Castro, um motorista de ônibus escolar. Ao longo de mais de uma década, ela sofreu torturas inimagináveis nas mãos do seu sequestrador, como ser mantida em cárcere privado quase sempre acorrentada, sofrendo inanição, sede, espancamentos e estupros diariamente.

Como ela estava afastada de casa na época do seu desaparecimento, a sua família e a polícia acreditavam que ela havia fugido, e por isso removeu seu nome da lista de pessoas desaparecidas. Ariel Castro a torturava e a atormentava com isso, lembrando que ele podia fazer o que quisesse com ela e que ninguém sentiria a sua falta.

Em 2003, Amanda Berry se juntou ao cativeiro, e posteriormente em 2004, Gina de Jesus. Todas tiveram as suas vidas viradas de cabeça para baixo, e compartilharam da mesma tortura e insanidade impostas pelo sequestrador.

Com o passar dos anos, Ariel Castro teve uma filha com Amanda e tentava passar uma imagem diferente para a menina chamada Jocelyn, para que ela não se traumatizasse que as pessoas que conviviam com ela estavam em cárcere privado. Enquanto isso, Michelle Knight sofreu cinco abortos forçados por espancamentos do seu agressor.

A fuga das três, que ocorreu em 6 de maio de 2013, comoveu o mundo.

Amanda Berry, Gina de Jesus e Michelle Knight

Sequestro em Cleveland vs livro Libertada – opinião

Confesso que é extremamente complicado fazer a crítica de um livro e filme de um assunto que mexe com a emoção de qualquer pessoa. O que posso adiantar, é que o filme não transmite nem 10% do que as vítimas realmente passaram no confinamento em um período de 9 anos (Gina), 10 anos (Amanda) e 11 anos (Michelle). O livro complementa muito mais, e você consegue sentir praticamente na pele.

O livro é totalmente narrado em primeira pessoa, sob a ótica de Michelle Knight, e embora muitas vezes possa parecer um pouco imaturo, é em virtude à sua má formação escolar e aos maus tratos sofridos por ela.

Não foi fácil de ler o livro, e tampouco de descrever o que se passou comigo ao ler. Posso considerar um misto de ódio, emoção, e posteriormente alegria e emoção. Não recomendo para pessoas fracas, pois é um livro que mexe muito com o emocional.

Sequestro em Cleveland vs livro Libertada – onde adquirir

O ideal seria ler o livro e depois assistir ao filme, pois parece dar um melhor entendimento ao drama. Recomendo fortemente ambos, o livro e o filme, mas precisa ter estômago forte.

O livro está disponível em e-book na Amazon por apenas R$ 7,19, ou por apenas R$ 26,93 o livro físico em português – Libertada.

Não recomendo cópias piratas até mesmo pela função social que Michelle Knight atualmente exerce, combatendo o abuso infantil e violência contra a mulher. Confira a sua fanpage aqui neste link.

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