Anonymous declara “guerra total” ao pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump

Depois de um primeiro aviso feito em Dezembro passado, o grupo hacker da Internet Anonymous declarou nesta terça-feira (15) “guerra total” a Donald Trump, o líder nas prévias do Partido Republicano, candidato à presidência norte-americana. Os ativistas denunciam a retórica xenofóbica, racista e misógina de Trump e anunciam que o primeiro ataque aos sites ligados ao magnata do ramo imobiliário aconteceram em 1º de Abril.

O grupo anunciou a operação através de um vídeo, como já fez no passado em campanhas do gênero contra outros alvos, como o grupo Estado Islâmico, por exemplo, empresas multinacionais, organizações religiosas e agências governamentais. “Não representa nada a não ser a sua própria ganância pessoal e poder”, narra uma pessoa mascarada de Guy Fawkes, figura histórica no Reino Unido reapropriada pela cultura popular — e pelos Anonymous, em especial — como símbolo de combate à repressão política e econômica.

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Esta não é a primeira vez que os Anonymous agem contra Trump. Em Dezembro, reagindo à sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, o grupo ameaçou o candidato republicano e aconselhou-o a “pensar duas vezes antes de dizer alguma coisa”. Na sequência do vídeo de Dezembro, o site da Torre Trump em Manhattan ficou inacessível durante algumas horas. “Foi alertado, senhor Trump”, concluía o grupo no final do último ano.

https://www.youtube.com/watch?v=Ciavyc6bE7A

Segundo os Anonymous, o tempo dos alertas já acabou e agora prometem derrubar o site da Torre Trump em Chicago no dia 1 de Abril. Nesta mesma cidade, na última semana, um comício de Trump provocou cenas de pancadaria entre alguns dos seus apoiantes e um grupo de manifestantes, que protestavam contra a mensagem de ódio de Trump.

O grupo opera como um coletivo não hierarquizado de ativistas que usam a Internet como local de protesto — “hacktivistas”, como se auto-intitulam, como referência à sua raiz de hackers. Protestam sobretudo contra organizações que tentam restringir o acesso à Internet, violações de direitos humanos e da liberdade de informação.

Durante os atentados de Novembro em Paris, o grupo anunciou uma campanha de denúncia de jihadistas nas redes sociais. Diferentes facções de ativistas têm estratégias diferentes, mas o grupo provocou já o encerramento de milhares de contas de apoiadores do Estado Islâmico — embora alguns jornalistas e órgãos de comunicação em língua árabe tenham sido também afetados, segundo escreve o New York Times.

A campanha de Dezembro contra Donald Trump esmoreceu, mas o grupo quer retomá-la agora em um nível diferente. Em paralelo ao vídeo divulgado esta terça-feira, o grupo revela dados pessoais de Trump, como o seu número de identificação na Segurança Social e contato telefônico. Há uma semana, os Anonymous divulgaram várias mensagens deixadas por jornalistas na secretária eletrônica do magnata.

“Queremos encerrar os os websites dele, pesquisar e expor aquilo que ele não quer que o público saiba”, diz a pessoa mascarada no vídeo desta terça-feira. “Queremos desmantelar a sua campanha e sabotar a sua marca. Encorajamos todas as pessoas capazes com um computador a participarem nesta operação.”

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